Rafael Abreu artista plástico: Estranhos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estranhos

Pessoas São Estranhas Pessoas ficam estranhas quando você é um estranho Rostos olham feio quando você está sozinho Mulheres parecem malvadas quando você é indesejado As ruas são

irregulares quando você está pra baixo Quando você é um estranho rostos vêm de fora da chuva (chuva, chuva) Quando você é um estranho ninguém lembra seu nome Quando você é um estranho

Jim Morison

Esta letra é tão bacan quanto a música, adoro, aliás não escuto a um bom tempo, não escutava.

Putz fui ouvir agora no computador da minha namorada e não tem, estou ouvindo "Wild child"

com The Cult. Uma banda bem bacana também. Agora são 0:28 e tenho que levantar cedo, logo retorno a

meu blog, que diga-se de passagem é para aclmar meu alter-ego insônico.

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Rafael Abreu

Rafael Abreu sempre manteve intenso contato com a arte. Filho dos artistas Gilberto de Abreu e Miriam Rodrigues, ainda na infância foi seduzido pelas tintas e pincéis. Seu pai sempre o estimulou a pintar, sendo o grande referencial na vida do artista. Com o pai conviveu e freqüentou ateliers de artistas como Léo Marciel, Amadeu Lorenzato, Maximino Casasanta, conheceu a Oficina Goeldi com Paulo Giordano, e também acompanhou o trabalho do pai como cenógrafo dos filmes de Helvécio Ratton e José Sette de Barros. A mãe, artesã, possuía uma confecção de roupas e o pai, artista, sempre trabalhou no campo da música, teatro e artes visuais. Ambos incentivaram o filho na prática da arte e dessa convivência com o artesanato e a arte, Rafael teve, o que ele chama de sua primeira escola de arte: o trabalho de pinturas em camisetas. Uma pintura onde ele não obedecia regra alguma, um território livre para experiências e descobertas. “Eu estava cercado de arte por todos os lados, era inevitável criar alguma coisa. A pintura em camisetas foi algo muito importante para mim, eu pintei mais de seis mil camisetas a mão.”

Rafael Abreu

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Rafael Abreu sempre manteve intenso contato com a arte. Filho dos artistas Gilberto de Abreu e Miriam Rodrigues, ainda na infância foi seduzido pelas tintas e pincéis. Seu pai sempre o estimulou a pintar, sendo o grande referencial na vida do artista. Com o pai conviveu e freqüentou ateliers de artistas como Léo Marciel, Amadeu Lorenzato, Maximino Casasanta, conheceu a Oficina Goeldi com Paulo Giordano, e também acompanhou o trabalho do pai como cenógrafo dos filmes de Helvécio Ratton e José Sette de Barros. A mãe, artesã, possuía uma confecção de roupas e o pai, artista, sempre trabalhou no campo da música, teatro e artes visuais. Ambos incentivaram o filho na prática da arte e dessa convivência com o artesanato e a arte, Rafael teve, o que ele chama de sua primeira escola de arte: o trabalho de pinturas em camisetas. Uma pintura onde ele não obedecia regra alguma, um território livre para experiências e descobertas. “Eu estava cercado de arte por todos os lados, era inevitável criar alguma coisa. A pintura em camisetas foi algo muito importante para mim, eu pintei mais de seis mil camisetas a mão.”A convivência com esse ambiente foi um fato marcante na sua vida e o ingresso definitivo no universo artístico se deu em 1991 quando participou, aos 16 anos, do espetáculo multimídia Laços & Pintura, juntamente com outros artistas. O evento foi idealizado e criado por Gilberto de Abreu, no intuito de introduzir Rafael no universo das artes. O impacto dos ensaios, da preparação e criação do espetáculo, impressionaram Rafael, que se refere a esse momento como um marco em sua vida, onde ele se sentiu realmente como um artista, resolvendo assumir a arte na sua vida. “Essa liberdade de criar sempre foi muito importante pra mim e quando eu, aos 16 anos, me vi no palco fazendo isso ao vivo foi muito enriquecedor. Era respeitar o ‘ser artista’, comecei a ver meu pai e a arte de forma diferente. A partir daí, eu me senti artista, por respirar mais esse universo artístico.”A partir daí Rafael se dedicou de forma mais intensa à pintura, dando início à sua trajetória artística. Começaram a surgir suas primeiras telas e aos vinte anos realizou sua primeira exposição individual. Para essa mostra produziu também 300 convites, todos pintados a mão, pequenas obras do artista para seu público. A mostra foi um grande sucesso que culminou com a venda de todos os trabalhos, sendo o início da sua vida profissional.A segunda exposição foi uma homenagem do artista à Belo Horizonte, durante o centenário da cidade. Rafael retratou diversos monumentos e pontos turísticos da cidade, como o Viaduto de Santa Tereza, a Igreja da Pampulha, Praça da Liberdade e Praça do Papa, paisagens que ganharam novos ares, revisitadas pelo olhar do artista.Usando acrílica sobre papel ou tela, Rafael desvendava a emoção que existia em cada imagem da cidade, jogando com a sensibilidade do seu espectador e criando surpreendentes paisagens.Sua pintura cria uma realidade fantástica onde surgem belas e estranhas figuras, lugares oníricos, soturnos ou irreais, diante dos quais o espectador penetra em um mundo re-inventado pelo artista.“O Viaduto de Santa Tereza, a praça da liberdade, praça do papa e a igreja da Pampulha são lugares que tocaram minha adolescência e até hoje me tocam. Sempre estão presentes no meu trabalho de uma forma ou de outra. Eu tenho uma relação afetiva muito grande com a cidade de BH.O viaduto de Santa Tereza tem uma história muito legal, eu era criança e meu pai dizia que o poeta maior passava à pé por ali. Eu me perguntava quem era o poeta maior e descobri que era Carlos Drummond de Andrade e que ele passava a pé por cima do arco do viaduto. Eu achava aquilo mágico, era impossível alguém andar por cima do viaduto. Até o dia em que eu já adolescente também passei por cima do viaduto.”Rafael Abreu se diz um artista intuitivo, que trabalha com a emoção, com a sensação que o mundo lhe imprime. Um trabalho de descoberta, de pesquisa da história dos lugares preferidos, de cada monumento, uma história única e particular que transcende a imagem cotidiana. Um trabalho de desvendamento da cidade e dos mistérios de cada lugar.Muitas vezes deixa de lado o isolamento do atelier e coloca seu cavalete na rua, no centro da cidade de BH e pinta junto ao público. Obra, autor e espectador juntos, interagindo no mesmo tempo e espaço. Desde 1992, quando pintou uma tela ao vivo durante o espetáculo Laços & Pintura, Rafael realiza pinturas ao vivo. Segundo o artista o público é sempre receptivo e interessado e isso se reflete de uma forma intensa no trabalho “O trabalho passa a ser um conjunto, um ritual, um teatro. É um espetáculo. O público te alimenta, te dá respostas. É uma carga energética imensa em cima daquela pintura.”A partir de 1997 buscou o ambiente acadêmico como campo para realizar suas pesquisas e ampliar seu conhecimento, mas acabou freqüentando de maneira informal a Escola Guignard, pois sempre priorizou a liberdade de criação, uma conduta livre do artista. “Você tem que estar respirando o mundo, sentindo o mundo. Porque o trabalho vai sair de várias formas, não precisa obedecer a regras. O trabalho explode mediante aquilo que você está sentindo. Eu trabalho assim, meu trabalho é intuição. Para mim o que importa é o meu sentimento perante aquele trabalho. Se é algo verdadeiro para mim, está pronto. Eu sigo meu instinto. Quando algo me instiga, eu crio em cima daquilo. Eu não me preocupo se parece a minha linha, meu estilo... eu não me preocupo com isso. Eu me preocupo em estar criando.”Através de sua obra Rafael Abreu nos mostra um novo mundo, impregnado de cor, movimento e formas, onde o belo e o inusitado se misturam.
Jacqueline Prado de SouzaDezembro de 2005